quinta-feira, 4 de março de 2021

Escombros

 O riso postado no rosto suado

Corta cotidiano o silêncio lúgubre

Da atmosfera de sonhos encerrados

Nas risonhas catacumbas insalubres


A máquina ginga com a morte dia a dia

Triste, alegre e forte, esta quimera

Perdida da Nau do Descobrimento, harpia

Que na infinita caça de si mesma se esmera


Sabendo ser pouco o tempo que lhe resta

Entre celebrar a vida e a Última Festa

Explode feito cometa fora de órbita

Lá, onde o Infinito acolhe a Incógnita


E no batuque timbrado de relevos ancestrais

Inscreve na fronteira entre Cultura e Barbárie,

Sob o signo do Naufrágio de tudo que as separe,

A fundação do Amanhã dos escombros do cais


Eduardo Maskell

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